sexta-feira, 5 de junho de 2009

Cores do Baby Benz

Creio que todos que gostam de carros conhecem as peculiaridades do mercado brasileiro, que entre outras incompreensíveis questões, pra mim tem uma muito séria, que é a cor dos carros novos. Preto, prata, algum tom de cinza e acabou. Interior, preto ou cinza, salvo raras exceções. Por que isso? Criou-se a cultura de ter poucas cores disponíveis para manter baixos estoques nas concessionárias, diminuindo o capital de giro. Até existe aquela de que preto e outras cores escuras esquentam muito, prata suja menos (e que cola até em Londrina, com essa terra vermelha que impregna tudo), cores vivas destacam qualquer risquinho, mas a verdade é simples assim. Menos cores, menos dinheiro parado, mais lucro. Quer o seu carro colorido, tem que encomendar, e isso se houver a opção. Nada mais. E o mercado de usados foi nessa onda também.
Mas voltemos ao Mercedes-Benz Classe A. Muitos podem discordar, mas pelo próprio conceito do carro, tem tudo a ver com cores alegres. Basta procurar fotos do velho mundo, que veremos o que estou dizendo. Vou contar o meu caso com as cores alegres dela. Comecemos com a vermelha:


A primeira que vi ao vivo na minha vida (eu lia 4 Rodas, Auto Esporte, entre outras, na época), foi uma A160 Elegance, com AKS, de cor vermelha igual essa da foto, revestimento de couro original (que cobre até parte do painel), logo na época do lançamento. Era um senhor de idade, mas me mostrou o carro, tinindo de novo, com a maior boa vontade. Sou meio suspeito para falar, na época eu tinha um Astra 1995 dessa cor. Fato é que hoje essa cor é figura rara, embora eu veja uma (Classic), quase todo dia, parada em frente a uma loja, no caminho para o trabalho. Na sequência, uma verde:


Essa também já vi algumas vezes em meio ao trânsito. Acredito que depois passou a um tom um pouco mais escuro (ou talvez convivessem, mas fato é que das fotos que encontrei, as mais velhas eram esse tom, as mais novas, mais escuras). Também teve um pessoal da comunidade do orkut que fez graça com essa cor uns tempos atrás, e não vi ninguém defendendo... Por fim, vamos no azul:


Essa eu tinha visto apenas "virtualmente", no "monte o seu" do site da Mercedes-Benz do Brasil, quando o carro ainda era fabricado. Depois, ano passado, vi uma assim em Curitiba. No meu gosto, creio que iria apenas na vermelha. Mas no meu caso, quando comprei o meu carrinho (usado), somente encontrei preto, prata e branca. Analisando um carro usado do jeito que se deve fazer com a Classe A, na época acabei optando pela prata. Hoje não a tenho mais, e a vi no trânsito exatamente ontem, cerca de um ano após tê-la vendido. O atual dono (que não conheci) parecia feliz, não sei se com o carro ou com a vida. Mudei de marca por ter outras prioridades, tive que comprar um carro de categoria inferior, mas que atende as minhas necessidades. Mas agora me deu uma saudade danada do meu carrinho prata...

5 comentários:

ENG X disse...

Ao ler sua matéria me lembrei de uma fato curioso que ocorreu na fabricaçao do Ford T, conta-se que Henry Ford dizia que se podia comprar o T de qualquer cor, contanto que fosse preto...rsrsrs Isso ocorria porque a tinta preta é mais barata e seca mais rápido que as demais cores, o que agiliza o processo produtivo.

Esse é o exemplo clássico de que nada é por acaso e o lucro está acima de quase tudo nessa vida (eu disse QUASE tudo)...

Abraço a todos

ENG X disse...

Em tempo...Para quem não sabe, AKS é o nome do sistema de acionamento da embreagem semi automática que equipa alguns modelos de Classe A

Nesse sistema, o condutor não precisa precionar o pedal da embreagem para efetuar a troca de marcha, o condutos só precisa tirar o pé do acelerador e movimentar a alavanca do cambio para a marcha desejada.

Cristiano disse...

Pois é, esqueci de explicar o AKS. E essa do Henry Ford é clássica. hehehehe
Mas também não podemos esquecer que as piores cores em termos de visibilidade são justamente o preto, o prata e o cinza, porque dão pouco contraste com o asfalto, chuva e escuridão, por exemplo. Isso quando o motorista não resolve andar só com as lanternas ligadas, para o carro ficar "lindão".

Gian disse...

Primeiramente gostaria de elogiá-lo pelo texto, está extremamente interessante. Você relatou algo espetacular, afinal infelizmente não há mais peculiaridades nos carros, no que se diz a despeito da cor, em sua maioria são iguais, pretos ou pratas.

Cristiano disse...

obrigado. Basta pegar fotos de cidades brasileiras até meados dos anos 90 que dá pra ver a variedade de cores. Na interna então, o Monza Classic tinha 4 opções, o Opala Diplomata tinha 6...
E a Ford passou quinze anos produzindo carros somente pretos, salvo engano de 1911 a 1926...