O processo de pintura à base da água além de melhorar a qualidade do produto final é altamente favorável ao meio ambiente. Após realizar estudos profundos e de obter contínuos aperfeiçoamentos, a indústria automobilística atingiu ótimos níveis de tecnologia aplicada à pintura.
Com o processo à base de água, a água substitui o solvente orgânico como meio de transporte. No Brasil, a Mercedes-Benz foi pioneira na aplicação desse processo.
Quem não aprecia um pôr-do-sol no inverno ou um jardim coberto de margaridas? As cores fazem parte do dia-a-dia e alegram a visão. Como seria o mundo se tudo fosse cinza? Na escolha de um carro para uso pessoal ou da família, o item cor também pesa, e muito.
Na indústria automobilística as cores desempenham múltiplas funções: uma é estética ou de embelezamento, outra, sinalizadora ou distintiva e outra, protetora.
O que seria das chapas usadas na fabricação dos veículos se, em contato com as intempéries como chuva, sol, sereno e poluição das cidades enferrujassem em seguida? A pintura recobre a superfície das chapas, protegendo-as e prolongando a vida útil do veículo.
Após realizar estudos profundos e de obter contínuos aperfeiçoamentos, a indústria automobilística atingiu ótimos níveis de tecnologia aplicada à pintura.
Normalmente, o processo de pintura abrange várias fases. Como a carroçaria costuma sair da montagem bruta impregnada de óleo, limalhas de ferro e outras impurezas, o primeiro passo consiste em fazer um pré-tratamento com duchas e imersão: a lavagem retira o óleo e as impurezas.
Ducha e imersão | |
Após o uso de um ativador, aplica-se a fosfatização ou a cristalização da superfície, em que pequenas partículas reagem e grudam na chapa criando pontos de aderência favoráveis para a próxima camada de tinta.
Em cima da chapa fosfatizada é feita a pintura cataforética, ou seja, ocorre nela um processo eletrolítico, de imersão, parecido com a galvanização. Na estufa, a 180 graus Celsius de caloria por 15 minutos, a pintura cataforética passa por um processo de cauterização formando o fundo, que é a principal proteção anti-corrosiva da chapa.
Com a calafetação, todas as uniões, as linhas de costura da chapa recebem um filete de PVC; fechadas as emendas, evita-se que a umidade penetre e provoque corrosões.
A próxima camada é o Primer ou pré-preparação para a pintura final. Aplicado eletrostaticamente, o Primer cobre pequenas falhas e ondulações da chapa e protege-a de eventuais impactos de pedriscos nas rodovias, que, como inesperados meteoros, atingem o veículo.
De acordo com a cor a ser aplicada na chapa, há três opções de Primer: os veículos de cor escura ou preta recebem um Primer cinza; um branco, pede um primer de mesma cor; e o Primer beje é usado nos demais casos.
Explicando de maneira bem simples, no processo tradicional de pintura à base de solventes orgânicos, estes são usados como meio de transporte do pigmento e da resina; quando o solvente evapora, fica a resina e o pigmento, e a pintura está feita.
água no lugar de solvente | |
Com o processo à base de água, o que muda? A água substitui o solvente orgânico como meio de transporte. A resina e o pigmento continuam os mesmos. O processo em si, porém, é mais delicado.
Como os solventes orgânicos são prejudiciais ao meio ambiente, a tendência hoje é diminuir o seu uso. Com a pintura à base de água, a poluição é reduzida em 75 por cento. Os outros 25 por cento ainda continuam principalmente por conta do verniz formado por dois componentes à base de solvente orgânico.
Como a cor é um pigmento sem brilho, usa-se o verniz para dar brilho e proteger a pintura contra o envelhecimento provocado por raios infraverme-lhos e ultravioletas.
O processo de pintura à base de água exige equipamentos e cuidados especiais com a limpeza para se evitar a contaminação. A água usada no processo, por ser desmineralizada, é altamente corrosiva. Por isso, os dutos precisam ser de aço inoxidável. Não sendo volátil como um solvente normal, a água sofre aquecimento em estufas intermediárias até evaporar (o solvente evapora sozinho).
A pintura é como um paletó feito sob medida para uma determinada pessoa. Ela pode ter certa flexibilidade, mas bastante reduzida se projetada apenas para um produto.
Na linha de pintura, autômatos (conhecidos como Estas) executam o trabalho mais preciso. Por meio de turbinas de alta rotação, eles aplicam a tinta eletrostaticamente. Com a carroçaria aterrada, formam-se nela linhas de campo eletrostáticas. A tinta é esborrifada por meio da alta rotação das turbinas em minúsculas partículas que, polarizadas, são lançadas sobre a carroçaria.
Esse processo é bastante preciso, permitindo um overspray (ou material perdido) de mais ou menos 8 por cento. Convém salientar que num processo manual ou convencional o overspray atinge até 50 por cento. A uniformidade na aplicação da tinta se consegue pelo fato de as linhas de campo se formarem ali onde a carroçaria não tem a sua superfície coberta com tinta.
No Brasil, a Mercedes-Benz foi pioneira na aplicação desse processo, aqui, juntamente com a Mercedes-Benz a BASF também está empenhada nessa tarefa.
As principais vantagens da pintura à base de água consistem na preservação do meio ambiente e na qualidade superior do produto final em função da camada de verniz, que também é aplicada nas cores sólidas.
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